
Depois de assistir “Dias e Noites” e de uma conversa no MSN, fiquei ‘inspirada’ a escrever este texto.O filme fala da vida de Clotilde, uma mulher que viveu na década de 60, no Brasil, e pode ser considerada alguém à frente de seu tempo. Ela sofreu muito, bem como tantas outras mulheres no decorrer da história.De quem é a culpa? Dos homens? Da própria mulher?As mulheres por muito tempo estiveram acomodadas na vida que levavam. O problema é que as possíveis revolucionárias nasciam em meio a famílias machistas e preconceituosas. Era difícil revoltar-se por não poder freqüentar escolas e a própria mãe te repreender por isso.Elas podiam criar os filhos de forma diferente? Poderiam. Se soubessem fazê-lo. Freqüentemente temos muito dos nossos pais em nós, e isso influencia em como vamos criar nossos próprios filhos. Elas não tinham muitas opções e freqüentemente as mulheres que estavam “à frente de seu tempo” não se casavam ou não tinham filhos para passar seus ideais adiante.Na Idade Média muitas foram queimadas. Sua obrigação era cuidar das crianças e não tinha o direito de pensar ou questionar, afinal, os pecados eram sua culpa. Foi a mulher quem ofereceu a maçã a Adão. Foi uma mulher quem abriu a caixa que liberou os males no mundo. A mulher deveria esconder seu corpo. Na Grécia Antiga elas deveriam ficar escondidas quando o homem recebia uma visita. Na China as mulheres deveriam andar atrás dos homens.Esses costumes foram criados por mulheres? Não. Mas foram mantidos, pois sabemos que desde crianças estamos imersos na cultura já existente e muito é ditado pela religião. Ironicamente hoje as pessoas mais religiosas são as mulheres.Com o tempo o mundo estava apto a viver mudanças. Não só as mulheres estavam lutando por seus espaços e se impondo, como os homens estavam sendo levados à reflexão.Foi difícil, houve mortes, mas hoje cada vez mais é notável a igualdade entre os sexos. Na verdade, com freqüência, são as mulheres que compõem a maioria dentre os universitários. Elas estão ganhando espaço mesmo em áreas que eram tipicamente masculinas,Infelizmente muitas mulheres parecem confusas quanto ao seu papel. Não conseguem demonstrar sua liberdade de forma saudável. A mídia vende hoje uma imagem caricaturada da mulher, onde sempre aparece como fútil e que fica com qualquer homem de forma fácil, sem se importar em saber quem é aquele homem. Essa imagem de liberdade de escolher quem quer ser através da escolha de um parceiro, essa imagem altamente consumista que dá exagerada importância ao seu cabelo, unhas e roupas, está influenciando as meninas, futuras mulheres e líderes. As meninas crescem comprando a idéia de que isso é ser mulher, que isso é liberdade, que isso é independência.Hoje a luta é outra. Saímos de uma situação e muitas pecam pelo exagero no oposto. Hoje eu luto para orgulhar as guerreiras de ontem. Eu, a cada dia, tento honrar suas batalhas, mas não colocando a mulher como superior (embora seja! XD), mas defendendo igualdade dos direitos como ser humano.